domingo, 28 de junho de 2009

O almoço de 4 miúdas e um louraço

Hoje cá em casa o almoço por um pouco era exclusivamente feminino, não fora a presença de um louro, muito convencido, por sinal!

Mas vamos primeiro à ementa:


Como entrada, um belo queijo de cabra curado com azeite, azeitonas e orégãos.


O prato principal foi uma bela pasta.

Ingredientes:

massa Tortiglioni
3 latas de atum (cerca de 360g)
1 pacote de natas (200ml)
50 ml de leite
1/2 courgette
queijo ralado emmental (93%) e parmesão (7%)
orégãos para polvilhar



Coze-se a massa durante cerca de 10 minutos.

No fundo de um tabuleiro, coloca-se cerca de metade das natas (a parte mais líquida).

Por cima, espalha-se a massa cozida e escorrida. De seguida coloca-se o atum, e rega-se com as restantes natas e o leite.

Colocam-se então as rodelas de courgette, e pressiona-se ligeiramente, de modo a ficarem "coladas" no molho, para não secarem.

Finalmente, caso goste tanto de queijo como eu :) pode pôr uma quantidade bem generosa de queijo ralado, e polvilhar com um pouco de orégãos.

Depois de 7 minutos no forno (gás), mais 5 minutos com a resistência a gratinar, está pronto a saborear...

Quanto aos comensais, éramos, como já disse, 4 miúdas: eu, a minha irmã, a minha filha e a nossa amiga Mimi, aqui já na sesta depois do almoço, que foi acompanhado de um belo Navegante...





Quanto ao único representante do sexo masculino, era um sueco recentemente chegado a Portugal, este lourinho lindo de morrer... (aqui tb já tinha bebido uns copos valentes...)



E pronto, depois de umas muito doces nectarinas à sobremesa, podemos considerar que foi um belíssimo almoço!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Amor, Amizade, Porto, Leiria e Gatos...

Parece confuso? Mas não é. Eu já explico tudinho.

Como já toda a gente sabe :):) eu e umas quantas miúdas tivemos um rendez-vous no Porto na passada 2ª feira.

Eu nem vou relatar o encontro, uma vez que ele já foi descrito nos blogs da Noémia, da Cenourita e da minha irmã Isabel.
Além disso, todos nós aguardamos ansiosamente o relato trágico-cómico da menina Ameixa...

Como tal, abstenho-me de mais detalhes. Só não posso deixar de dizer que A-DO-REI conhecer as queridas Ameixinha e Noémia, e rever a querida Cenourita Maria. E ainda deu para conhecer a Conceição (no caso da Conceição, e ao contrário das outras meninas, conheci a pessoa antes do blog) e rever a Titó, mamã adoptiva dos miaus por uns dias.

Foi um dia maravilhoso, que tem que ser repetido, sem dúvida!


(pode clicar na imagem para ver melhor esta bela cidade)

E, neste dia cheio de emoções, não podíamos ficar por aqui...

Agora, vêm mais novidades (?)

É que, desde que cheguei do Porto, e depois de uma passagem por Leiria, tenho cá em casa mais dois habitantes, que são estes mesmo:

Pois é, estes meninos vieram directamente de Leiria, da Tasca da Madrinha Cenourita!

Foi ela, e a Titó, que tomaram conta deles durante 4 dias, desde que os foram buscar até que vieram até aqui.

Por enquanto, está difícil fotografá-los, porque ou estão a dormir ou, quando estão acordados, a agitação e correria é de tal ordem que as fotos ficam quase todas tremidas... mas foi o que se arranjou...

certamente não hão-de faltar oportunidades de lhes tirar um montão de fotos!



Ah, é verdade, os nomes deles: ele, o amarelinho, chama-se Miau Amarelinho, precisamente!
Ela, a pretinha, chama-se Mimi, também conhecida por pretinha...

São fofos ou não são?

Sabem o que é que a Carolina disse à Cenourita na 2ª feira à noite, pelo telefone? «És a melhor amiga que um ser humano pode ter!»

Acho que não é preciso dizer mais nada...

sábado, 20 de junho de 2009

Dia Branco - Creme de leite de côco

Desta vez atrasei-me! Costumo chegar à hora da Cinderela, e andar logo a cuscar os blogs do outro pessoal noctívago, mas desta vez não foi possível. :(

Então, cá fica agora a minha participação no dia Branco, iniciativa já sobejamente conhecida à escala internacional, da nossa querida Mary. :)





Ingredientes:

1 lata de leite condensado (+-400g)
150 ml de leite de côco
3 folhas de gelatina
sumo de meia laranja
meia colher de café de canela
côco para polvilhar



Este creme, nestes dias quentííííssimos que temos tido, e continuamos a ter, deve comer-se bem fresquinho!


Faz-se assim:

mistura-se muito bem o leite condensado com o sumo de laranja e meia colher (café) de canela.

Adiciona-se o leite de côco, que deve ter estado algumas horas no frigorífico, e mistura-se bem. Acrescentam-se as folhas de gelatina, previamente demolhadas (coloquei uns segundinhos no microondas antes de juntar ao preparado, para evitar os grumos).

Vai ao frigorífico durante pelo menos duas horas. Polvilha-se com côco ralado.


E pronto, não há nada mais simples!



P.S.: Eu sei que a palavra «côco» em Portugal se escreve sem acento, ou seja, coco, mas eu acho isso uma aberração. Desculpem-se os puristas da língua (ok, quem sou eu, e tal...) , mas o acento faz lá falta, por isso eu coloco-o, e pronto! E depois do que tenho visto por aí, não quero que o meu côco seja confundido com nenhuma substância menos própria para consumo...

Leite Creme para a Quadrilha Gastronómica



A Quadrilha Gastronómica na blogosfera é um desafio lançado pela Ana, do blog Eu Mulher, que consiste em fazer uma receita típica do período junino, que aqui será o equivalente aos "santos populares" - Sto. António, S. João e S. Pedro.

Na cidade onde eu moro, o santo que se comemora é o S. Pedro, no dia 29 deste mês. Ou seja, no próximo fim-de-semana vai haver por aqui festança, porque as festas duram 5 dias!
(Esta informação só vale para as portuguesas: imaginem que vêm cá actuar o Toy, a Mónica Sintra e a Rute Marlene..... :):) sem comentários... não, não resisto a fazer um comentário: escolhidos a dedo!!).

Bem, adiante...

Como já foi dito por mim e por outras pessoas, ao contrário do Brasil, onde há um montão de comidinhas típicas desta época, aqui em Portugal praticamente só há um prato típico das festas dos santos populares: sardinha assada com pimentos assados!!


Como tal, resolvi fazer este doce muito simples, mas que é bastante típico da culinária lusa, e que penso que é conhecido de norte a sul do país (e provavelmente nas ilhas...)

Então, cá vai:


Ingredientes:

1 litro de leite

150 g de açúcar

60 g de farinha (pode ser Maizena ou não)

3 ou 4 gemas

casca de limão

1 pau de canela





Coloca-se o leite ao lume com a(s) casquinha(s) de limão e o pau de canela. Como gosto bastante do sabor do limão, pus 5 tirinhas de casca. Claro que isso fica ao gosto de cada um.

Numa tijela, mistura-se bem o açúcar com a farinha.

Quando o leite está quase a levantar fervura, começa-se a adicionar aos poucos colheres dessa mistura, mexendo sempre, para não ganhar grumos.

Deixa-se ferver durante alguns minutos (4 ou 5), mexendo sempre, até adquirir uma consistência cremosa.

À parte, batem-se as gemas* com um garfo. Junta-se então algumas colheres daquele creme às gemas, mexe-se bem, e volta a misturar-se lentamente ao creme. Nesta altura pode desligar-se o lume, mexendo de novo.

Se quiser, antes de colocar no recipiente onde vai servir, pode retirar o pau de canela e as cascas do limão. Eu costumo manter, porque como já disse antes, gosto depois de "encontrar" os bocadinhos de casca, porque o creme que está junto delas fica delicioso (sou fã de limão, pronto!). Mas não sou tão fã a ponto de comer a casca, portanto depois tenho que a tirar "discretamente"; por isso, se tiver visitas, pensando bem, o melhor é tirar o limão, para evitar situações embaraçosas... :):)

Voltando ao que interessa, com ou sem as casquinhas e o pau de canela, agora é só colocar numa taça ou travessa grande, ou em taças ou pratinhos individuais, como preferir.





Agora, um aspecto muito importante: tradicionalmente, o leite creme serve-se com uma camada de açúcar por cima, que se "queima" com um ferro próprio para o efeito, para ficar caramelizado. Agora já há uns eléctricos, acho que são muito práticos, mas ainda não tenho. Como tal, costumo polvilhar com canela, e fica também muito bom. Na minha opinião, fica bem das duas maneiras. Gosto muito com o açúcar caramelizado, mas como também adoro canela, tanto faz!

Deve deixar-se arrefecer bem no frigorífico, especialmente nestes dias que correm, em que estamos com 36/37 graus! Valha-nos o São Pedro!!

Em relação à quantidade de gemas, há receitas para todos os gostos: por incrível que pareça, vi uma receita que pedia 18 gemas!!! Mas desde as 2 até às 18, passando por 12, vê-se de tudo!

Eu, como tenho o colesterol nas alturas, decidi usar apenas 3 gemas, mas se quiser que fique mais amarelinho, pode usar mais. Na minha opinião, nunca mais de 6, acho um exagero! A não ser que se aumentem os outros ingredientes, claro.


Como se pode ver pela taça do lado direito, gosto mesmo muito de canela!! :)

Bom apetite!!


Agora, um recadinho para a Gina, do NACOZINHA.

Aliás, em vez do recadinho vai a história: há pouco tempo a Gina publicou no seu blog umas belas fotos de MINGAU. Não colocou a receita, pq pelos vistos no Brasil toda a gente sabe como se faz :)

Entretanto, ouve umas (queridas) meninas portuguesas (umas boateiras... eheheh) que disseram que era a mesma coisa que o nosso leite creme. Mas não é! Depois de "checar" os ingredientes, e de ter trocado e-mails com a Gina, chegámos à conclusão de que não era a mesma coisa, pq o mingau é uma papa (que aliás os bebés adoram...), e o leite creme é uma sobremesa.

Mas o mais engraçado é que agora a Gina, pelo aspecto deste, e como tinha canela, pensou que era mingau... ou seja, afinal não é que são mesmo parecidos? :)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Acabaram as aulas!


Reprodução da cidade de Londres na época vitoriana.

Os docinhos fazem bem aos dentes, não é?!?

Hoje só deixo aqui estas singelas imagens para aguçar o apetite.

É que agora vou para a festa de final de ano lectivo da minha filha, por isso amanhã volto para dar explicações... :)


Mas, se alguém quiser tentar adivinhar... estejam à vontade :):)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Grrrrrrrrrrrrrrrr

Tenho doidói, estou chateada, tenho muito trabalho (extra e imprevisto) e estou MESMO MUITO CHATEADA!

Tenho alguns compromissos com amigas blogueiras, mas espero depois de amanhã já estar mais bem-humorada, mais disponível e outras coisas mais...

Até já.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

..."entre gente remota edificaram Novo Reino"...*





LEGENDA
Da esquerda para a direita:
1ª fila:
1. Igreja de S. Paulo, Macau (ruínas)
2. Convento de S. Francisco de Assis da Penitência, Ouro Preto, Brasil
3. Fortaleza de Diu, Índia
4. Convento de S. Francisco da Ordem Terceira, S. Salvador da Bahia, Brasil
2ª fila:
1. Basílica do Bom Jesus, Goa, Índia
2. Fortaleza de Diu, Índia (outra perspectiva)
3. Fortaleza de Qal'at al-Bahrain (não foi eleita entre as 7 +, mas para mim é a mais surpreendente, pela localização)
4. Fortaleza de Safi, Marrocos (tb não foi uma das 7+)
3ª fila:
1. Cidade fortificada de Mazagão, Marrocos
2. Cidade Velha de Santiago, Cabo Verde
3. Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas, Brasil (não está entre as 7)
4. Convento do Carmo, Luanda, Angola (não faz parte do top7)
(a vermelho, estão as 7 eleitas)

Pois é, os Portugueses partiram

*«(...) da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana
E em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram; »

Os Lusíadas, Luís de Camões
(Canto I, 1ª estrofe)



Tenho que confessar que só há muito pouco tempo soube que estava a decorrer esta votação para a eleição das 7 maravilhas de origem portuguesa no mundo.

Soube tarde, mas fiquei entusiasmada e muito orgulhosa da herança dos meus antepassados.

Não me vou pronunciar quanto à validade deste tipo de "concursos", porque pode sempre haver lugar a incertezas e ambiguidades, já que estas votações dependem de muitos factores, diferentes graus de divulgação, porque é que uma é mais importante que outra, etc., etc.

Mas, de qualquer modo, pelo menos teve a grande vantagem de divulgar os 27 monumentos, dos quais foram escolhidos agora estes 7. Para mim foi uma surpresa saber da existência de construções erigidas por portugueses em locais como a Etiópia, o Quénia, ou o Bahrain!

Para finalizar, quero sublinhar aqui as palavras sábias da querida Cláudia, que, apesar de reconhecer o valor desta herança arquitectónica, disse tudo:

«O feito mais brilhante desse pequeno país Europeu, foi colocar a língua portuguesa na boca e na alma de mais de 300 milhões de pessoas.»

Falou e disse! É isso aí, menina! :)

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Dia de Portugal


Pátria

Soube a definição na minha infância.
Mas o tempo apagou
As linhas que no mapa da memória
A mestra palmatória

Desenhou.

Hoje
Sei apenas gostar
Duma nesga de terra
Debruada de mar.


Miguel Torga


ADENDA (já no dia 11...)
Ia responder nos comentários, mas resolvi responder aqui a todos, fazendo uma pequena reflexão, para a qual não tive tempo ontem.
Concordo plenamente com a Cláudia, que o maior feito dos portugueses foi a expansão da língua por tantos cantos do mundo. Isto, sendo nós uma "nesga de terra", que não me parece nada que no poema seja pejorativo. Em termos de território, e se olharmos para o mapa do mundo, o que somos ´nós mais do que uma nesga?? Mas isso só vem valorizar ainda mais tudo o que os portugueses fizeram ao longo dos séculos. É claro que tb fizeram muita asneira, mas qual o povo que não fez e continua a fazer? É só olhar para os conflitos internacionais, alguns dos quais parecem de impossível resolução...

Mas os portugueses fizeram uma obra notável, e basta ver os monumentos maravilhosos que deixaram espalhados por todo o lado por onde andaram, e isso foi muitos lugares, mesmo!!
Adorei ver alguns desses monumentos serem oficialmente reconhecidos como as 7 maravilhas construídas pelo povo português, apesar de estas votações serem um pouco difíceis, porque ficam sempre "para trás" algumas obras maravilhosas.

É certo que o momento presente deixa muito a desejar, mas isso dava uma tese....
O que acho é que temos que deixar de ficar à espera que os políticos façam tudo, porque eles na verdade fazem muito pouco... e mal, muitas vezes.
Acho que a mudança tem que ser feita por cada um de nós, em cada dia da nossa vida. Isto é mais fácil de dizer do que de fazer, mas há que agir, disso não há dúvida.




terça-feira, 9 de junho de 2009

Gratinado de batata-doce e atum

Lembram-se do filme "Rain Man", que aqui em Portugal foi traduzido como "Encontro de Irmãos", com o Dustin Hoffman e o Tom Cruise? Só se devem lembrar as cotas, porque o filme já deve ter mais de 20 anos... :)

Eu adoro esse filme, já o vi várias vezes. Não sei se se lembram que a personagem desempenhada por Dustin Hoffman era um autista, cujo nome não me lembro.

Ele adorava conduzir (o pai deixava-o conduzir o Buick aos sábados, devagarinho...), e estava verdadeiramente convencido de que era um excelente condutor! Passava a vida a dizer qualquer coisa como: "I'm an excellent driver. Of course I'm an excellent driver", e repetia essa frase incessantemente, muitas vezes totalmente fora do contexto.

Eu gostei tanto do filme, e interiorizei-o de tal modo que, ao longo dos anos, tenho adaptado essa frase a diversas circunstâncias. Primeiro foi mesmo quando comecei a conduzir... e por aí fora...

...nos últimos anos, comecei a adaptá-la à culinária, e quando faço um prato que me sai mesmo bem :), de vez em quando ligo à minha irmã a dizer-lhe "Sou uma excelente cozinheira! Claro que sou uma excelente cozinheira!"

Claro que isto é uma brincadeira, sou apenas uma pessoa que gosta de fazer experiências na cozinha, e naturalmente fico contente quando elas saem bem.

Pois bem, hoje fiz mais uma dessas experiências, e gostei imenso do resultado. "Of course I'm an excellent cook" :) :)



ingredientes:
1 batata-doce grande
2 latas de atum (260 g)
1 pacote de natas
1 colher (café) de gengibre em pó
100 g queijo ralado
3 colheres (sopa) de molho béchamel
algumas folhinhas de alecrim
sal


Liga-se o forno a 200º.
Descasca-se a batata-doce e corta-se às rodelas. Tempera-se com um pouco de sal.
Coloca-se na travessa uma camada de rodelas de batata, uma camada de atum, e outra camada de rodelas de batata.
Rega-se com as natas (ou leite, se preferir), polvilha-se com o gengibre (cheira tão bem...) e por cima coloca-se o queijo ralado. Acrescentei ainda umas folhinhas de alecrim.


Antes e depois...

A meio da cozedura, e como o queijo estava a ficar demasiado moreno muito rapidamente, cobri-o com o molho béchamel. É que eu, como adoro queijo, exagerei um bocado... o queijo deve ficar quase totalmente envolvido nas natas ou no leite, para não começar logo a tostar.


Mas, excepto esse percalço, correu muito bem. Ficou uma delícia. Podem experimentar à confiança. Afinal, "eu sou uma excelente cozinheira..."

:):):):):)

Acho que nunca tinha utilizado batata doce neste tipo de prato, e esse foi um dos aspectos que me surpreendeu: fica ainda melhor do que com batata "normal". Quem diria?


(em tempo: a net é mesmo muito útil: já depois de ter acabado o texto, fui pesquisar, e o nome da personagem é Raymond Babbitt; não tinha esse nome nada presente na minha memória, ao contrário de cenas do filme, que recordo perfeitamente)

sábado, 6 de junho de 2009

Kalulu luso-angolano

Este prato, que quero partilhar com todos os que passem por aqui, é especialmente dedicado à amiga Ameixa, que está há que tempos à espera de uma certa receita. Olha, linda, esta não é bem a que tu pediste, porque não leva mandioca (só em farinha), mas se tiveres paciência para ler até ao fim, vais ver que nem se fazia a festa se não houvesse um pau...



Ingredientes

3 colheres (sopa) óleo de palma
3 colheres (sopa) polpa de denden
1 cebola média
10 quiabos (ou a gosto)
1 courgette (ou uma beringela)
100 g espinafres (ou rama de batata-doce)
1 tomate maduro ou polpa de tomate
1 corvina

Para o funge:
água (cerca de meio litro)
fuba de mandioca (150/180g)


Partem-se os quiabos como na foto e deixam-se de molho cerca de 15m, para perderem a "baba". Se gostar desta, esteja à vontade...


Os espinafres e a courgette. Esta parte-se em meias luas.


A polpa de denden, que também se usa na moamba, como se pode ver na lata.

A polpa e a gordura ou óleo de palma.

Faz-se um refogado com o óleo de palma e a polpa, e uma cebola média picada. Junta-se o tomate, a courgette e um pouco de água quente.

Acrescentam-se os espinafres. (Se estiver em Angola, acrescente rama de batata-doce) :)


Acrescenta-se o peixe, e deixa-se cozer.

Enquanto isso, bebe-se um martini...

Juntam-se os quiabos, que não se devem colocar muito cedo, para não se desfazerem.

E pronto, agora é só sentar-se e saborear.

É muito bom. Se gosta de comida com um toque exótico, não deixe de experimentar.


NOTA: Eu não sei fazer o funge. Nasci em Portugal, nunca estive em Angola, e só há uns 10 anos é que soube que existia tal "petisco". E como não morro de amores pelo dito (a não ser camuflado com o molho), nunca me deu para tentar fazer. Além disso, acho que é preciso ter nascido lá, ter vivido lá, tê-lo visto ser feito lá, para "apanhar o espírito da coisa". Além de que é preciso muita força de braço!!
Então, quem o fez foi o angolano, que é o especialista... sei que pôs a água ao lume (a olhómetro, foi um problema para eu tentar decifrar a quantidade...), juntou farinha, igualmente a olhómetro (raios e coriscos!) e depois, quando se viu aflito, chamou-me para eu ir acrescentando farinha aos poucos, enquanto ele suava as estopinhas a mexer aquilo, porque não tem o instrumento adequado....... ahahahahah

quero eu dizer aquele pau que as/os angolanas/os usam lá em Angola para fazer o funge como deve ser.

NOTA 2: a Carolina comeu com puré de batata...

NOTA 3: eu, como boa portuguesa, não resisti a molhar pãozinho no molho!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Coisinha mais fofa...



Sabem quando as crianças têm um brinquedo novo*? Pois é... é como eu me sinto.

*estou a falar das colagens, não da minha filha... :)


quarta-feira, 3 de junho de 2009

terça-feira, 2 de junho de 2009

Sem título

São realmente espantosas as diferenças entre os povos!

Acabei de ver no noticiário as útimas notícias sobre a terrível tragédia com o avião da Air France, que dão conta do avistamento de destroços e manchas de óleo a cerca de 700km de Fernando Noronha.

Já por volta das 13 horas tinha visto as notícias, e já achei curioso que, na reportagem que passou em directo do aeroporto de onde saiu o avião, a jornalista dava conta de uma certa surpresa dos brasileiros por o presidente Sarkozy já assumir tratar-se de uma tragédia, quando ainda nada estava esclarecido.

Mas agora, mesmo depois de ter passado todo este tempo, depois de já haver provas de que o avião se despenhou, a mesma jornalista deu conta dos sentimentos de muitos brasileiros, inclusive familiares e amigos dos passageiros do avião, que continuam optimistas, ainda com esperança que haja sobreviventes.

Realmente é notável o optimismo do povo brasileiro! Eu sei que sou suspeita, porque nós, os portugueses, somos precisamente conhecidos pelo nosso pessimismo, a nossa angústia, aliás tão bem expressa nesse género de música que é o fado (sendo que fado também é sinónimo de destino...). E se calhar é como portuguesa que agora falo, mas sinceramente acho incrível que, passado todo este tempo, ainda haja pessoas que acreditem que haja sobreviventes. Claro que isso seria maravilhoso, mas eu diria que é, no mínimo, bastante improvável, acreditando mesmo, lá no fundo, que isso é impossível.

Claro que os franceses, também tão diferentes dos brasileiros, já há muito que deram o caso como tendo tido um desfecho fatal. Também compreendo que as famílias das vítimas se queiram agarrar a uma esperança até terem certezas, ainda por cima num caso destes, que continua envolto no mais profundo mistério.

Eu compreendo tudo isso, e aliás posso acrescentar que neste momento estou angustiadíssima, só de imaginar o que terá na verdade acontecido, se as pessoas sofreram muito, etc. Como alguns de vocês sabem, eu tenho pavor de andar de avião, e quando acontecem coisas destas, penso logo que não vou conseguir mesmo entrar nunca mais num bicho voador.

Sem querer entrar em brincadeiras, até porque o caso não é para isso, mas na mesma reportagem disseram que cerca de 1/3 da população tem medo de voar, o que me fez sentir melhor, por não ser caso isolado. Mas acabei por me lembrar da figura que fiz na única viagem de avião que fiz (Lisboa-Madrid - 1 hora), em que a minha irmã passou um martírio porque eu fui quase o tempo todo de olhos fechados, a perguntar "o que é que se passa?", "o que é que está a acontecer?", de cada vez que sentia uma "leve" trepidação. Mas parece que isso é natural nos casos de medo de voar, porque os elevados níveis de ansiedade levam a que a pessoa julgue perigosas situações que são normais num voo.

Mas eu, apesar do pânico que sinto só de pensar em entrar num avião, até andava entusiasmada por viagens, porque há umas semanas que voltei a ter acesso ao canal "Travel", e tenho visto reportagens tão encantadoras, que até já tinha dito que queria ir ao Peru (vi uma reportagem que me deixou apaixonada pela cidade de Lima). Imaginem, devem ser umas 10 horas lá em cima...

Bem, mas voltando ao que me levou a vir aqui escrever, o que mais me surpreendeu foi a diferença entre uma Europa perfeitamente convicta de que se trata de uma tragédia sem nenhuma hipótese de algum desfecho positivo, e um Brasil (não digo todo, nunca se pode generalizar) que ainda acredita que possa haver um final feliz para algum dos passageiros do A 330.

Tanto que nos une e tanto que nos separa.