quinta-feira, 30 de julho de 2009

O aniversário da Carolina

Depois de um dia muito feliz, chegou a hora dos merecidos agradecimentos.


Quero agradecer a todas as pessoas, amigas tão queridas, que deixaram as suas mensagens de parabéns e votos de felicidades para a Carolina no post anterior. Muito obrigada a todas pelo vosso carinho, simpatia e gentileza. :))


Quero agradecer às minhas queridas amigas Cenourita e Titó, por esta cenoura gigante e farfalhuda que chegou ontem logo pela manhã à minha caixa do correio. Obrigada, minhas lindas, pelo vosso carinho.


Dentro da Cenoura vinha, não uma botija para água quente, como poderia parecer à primeira vista, mas antes este belo livro, cuja temática compreenderão... :)


Quero agradecer à querida Ana Powell, que teve a enorme gentileza de me enviar de Inglaterra estes copinhos de baunilha para bolinhos ou gelados, que vieram em muito contribuir para alegrar a festinha da Carolina, assim como os lindos bonequinhos do Winnie the Pooh.A Ana mostrou no seu blog como transformar estes copos de baunilha em lindos vasinhos com flores. Eu acabei por não ter tempo para os fazer, mas como gelados decorados com gomas tb foram um sucesso junto da criançada...


obrigada, Ana, e também pelos links para os sites onde fui buscar ideias para decorar os mini-bolinhos. Eu guardei ainda alguns copos, para um dia destes fazer os vasinhos.

E o postal, tão giro!
8 aninhos muito coloridos e divertidos, como se quer


E esta coisinha linda que se vê aí em 1º plano há-de aparecer num blog perto de si (o blog da pessoa prendadíssima que o fez, aqui...)

quarta-feira, 29 de julho de 2009

29 de Julho de 2001


O meu bebé cresceu!!

Como é possível que já tenham passado 8 anos? :) :)



Queria dizer muita coisa, mas hoje não estou em condições para isso... estou assim como que quase a dissolver-me, sinto-me estranha, dominada pelas emoções. Vou deixar o texto que ela merece para outro dia.

E uma vez que estou atrofiada de palavras, deixo-vos aqui um texto que considero muito bonito, da autoria de Eugénio de Andrade. Ele, sim, sabe como usar as palavras!


«Em Louvor das crianças»

«Se há na terra um reino que nos seja familiar e ao mesmo tempo estranho, fechado nos seus
limites e simultaneamente sem fronteiras, esse reino é o da infância. A esse país inocente, donde se é expulso sempre demasiado cedo, apenas se regressa em momentos privilegiados — a tais regressos se chama, às vezes, poesia. Essa espécie de terra mítica é habitada por seres de uma tão grande formosura que os anjos tiveram neles o seu modelo, e foi às crianças, como todos sabem pelos evangelhos, que foi prometido o Paraíso.

A sedução das crianças provém, antes de mais, da sua proximidade com os animais — a sua relação com o mundo não é a da utilidade, mas a do prazer. Elas não conhecem ainda os dois grandes inimigos da alma, que são, como disse Saint-Exupéry, o dinheiro e a vaidade. Estas frágeis criaturas, as únicas desde a origem destinadas à imortalidade, são também as mais
vulneráveis — elas têm o peito aberto às maravilhas do mundo, mas estão sem defesa para a bestialidade humana que, apesar de tanta tecnologia de ponta, não diminui nem se extingue.

O sofrimento de uma criança é de uma ordem tão monstruosa que, frequentemente, é usado como argumento para a negação da bondade divina. Não, não há salvação para quem faça sofrer uma criança, que isto se grave indelevelmente nos vossos espíritos. O simples facto de consentirmos que milhões e milhões de crianças padeçam fome, e reguem com as suas lágrimas a terra onde terão ainda de lutar um dia pela justiça e pela liberdade, prova bem que não somos filhos de Deus.
»

Eugénio de Andrade, in 'Rosto Precário'

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Já passou um mês?

Fez ontem um mês que estes dois macaquinhos chegaram cá a casa.

No dia 22/06 viajaram de Leiria para Lisboa, e no dia 23 de Lisboa para Alverca, viagem já bem mais curta, mas mesmo assim com muitos miados pelo meio...

São uns traquinas, fazem muitos disparates, bulham, mordem-se, brincam com tudo e mais alguma coisa, metem-se por baixo dos nossos pés, o que de vez em quando lhes vale uma pisadela, mas são uma fofura!

Ele (o Amarelinho) aqui aparece sempre a dormir, mas é um diabrete de primeira! Só que quando está em actividade, é um bocado difícil fotografá-lo...

e ela (a Mimi) não gosta muito de ser fotografada. Tirei-lhe umas 10 fotos, todas tremidas: quando uma pessoa pensa que ela está a posar, passa um milésimo de segundo, ela ouve um barulhinho, e quando se tira a foto já está noutra!

Para comemorar o mêsversário, fiz este delicioso bolo (isto foi só um pretexto para fazer mais um bolinho...)

Bolo de Café, Amêndoa e Canela

Ingredientes:
5 ovos
250g de açúcar amarelo
100g de farinha
100g de amêndoa ralada (com pele)
1/2 copo de óleo
2 colheres (sobremesa) de café solúvel
1 colher (café) de canela em pó
1 colher (café) de fermento em pó

Batem-se muito bem os ovos com o açúcar. Junta-se a farinha (com o fermento) e a amêndoa ralada (misturei na amêndoa o café e a canela) e mistura-se muito bem.

Acrescenta-se o óleo.

Vai a cozer em forno médio cerca de 40 minutos.

As fotos ficaram com cores bastante diferentes, por causa da luz, mas as que estão mais próximas da realidade são as mais escuras.

Ficou muito bom, fofinho e húmido.


E para finalizar, deixo umas fotos do Alentejo, onde passei o fim-de-semana anterior.



Como não postava há muito tempo, fica um 3 em 1, para compensar...

Bom fim-de-semana!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Mimos de Café

Já estava a fazer falta por aqui um docinho...


A vontade de doces aliada à paixão por café deu nisto.



Ingredientes (para 18 bolinhos):
1 colher (sopa) de café solúvel
2 colheres (sopa) de água quente
150 g de amêndoas raladas + 7 nozes raladas
150 g de açúcar em pó
100 g de leite condensado

Para a cobertura:
150 g de açúcar em pó
1 colher (chá) de café solúvel (usei Nescafé)
1 clara (grande)
grãos de café para decorar


Numa tigela, dissolve-se o café com a água quente; juntam-se as amêndoas raladas e o açúcar em pó e mistura-se bem.

(Isto era o que dizia a receita original... no entanto, desafio-vos a misturarem bem estes ingredientes! Eu não consegui. A massa não ligava, porque estava demasiado sólida. Vai daí, acrescentei o leite condensado, que imediatamente resolveu o problema.)

Agora sim, mistura-se bem.

Enfarinham-se as mãos, e moldam-se pequenas bolinhas. Eu coloquei-as directamente nas forminhas. Vai ao frigorífico pelo menos uma hora, antes de colocar a cobertura.

Cobertura:

Mistura-se bem o açúcar em pó com o café solúvel e a clara de ovo. Bati ligeiramente a clara com um garfo antes de a adicionar aos outros ingredientes. Depois de misturado com uma colher de pau, bati durante 3 minutos com a batedeira. O creme fica mais lisinho e brilhante, e como o Nescafé é muito granulado, convém usar mesmo a batedeira.
E pronto, é só cobrir os bolinhos e decorar com grãos de café.

Uma delícia!

E combinam com a toalha...



Nota: receita original do Chefe Carlos Capote, publicada num fascículo da revista "Cozinha Portuguesa".

Em vez de amêndoas, a receita pedia nozes.
Eu, (mal) acostumada a ter quase sempre nozes em casa, vindas do Alentejo, estava por fora dos preços nos supermercados. Mas desta vez tinha muito poucas. Quando me propunha ir comprá-las, tive um baque! As nozes estão pela hora da morte!!! Um saquinho com 150 g de nozes, €3,75?? Nem pensar nisso! E por mero acaso eu até prefiro amêndoas... e mesmo que não preferisse, com aquele preço escandaloso das nozes, tinha passado a preferir! :):)

Comércio Justo? (Continuação...)


Como o post anterior foi muito pequeno, vai ter continuação... :)

Começo por dar a minha opinião muito pessoal. Quando tomei conhecimento deste tipo de comércio, e confesso que sem aprofundar muito o assunto, a ideia pareceu-me boa e efectivamente justa, uma vez que se dizia (e diz) que, desta forma, os (pequenos) produtores recebem o preço justo pelo seu trabalho.


Claro que isto tudo é muito bonito em teoria, mas a justiça no comércio de facto é um assunto que precisa de uma acção a nível internacional.

Ainda ontem houve uma grande manifestação de produtores de arroz em Alcácer do Sal (Alentejo, Portugal, Hemisfério Norte), precisamente queixando-se do baixo preço que recebem pela sua produção, comparativamente ao preço a que depois o arroz chega ao consumidor.

«Alcácer do Sal: Produtores de arroz em protesto contra preços impostos
15-jul-2009
Cerca de uma centena de agricultores iniciaram cerca das 10:00 de hoje, junto à zona agrícola de Alcácer do Sal, uma marcha lenta em protesto contra os preços impostos aos produtores de arroz e a nova lei do arrendamento rural. A Confederação Nacional de Agricultura estima que o preço do arroz no produtor deverá sofrer este ano uma quebra de 30 por cento em relação ao ano passado, disse à agência Lusa o dirigente João Dinis. Este dirigente da CNA explicou que "os preços impostos pelas grandes superfícies comerciais estão a asfixiar os produtores, ao mesmo tempo que o mercado português está a ser invadido por arroz importado". Os agricultores iniciaram a concentração às 09:00 e cerca de uma hora depois teve início a marcha lenta de 20 quilómetros de uma caravana de tractores e outros veículos agrícolas em direcção à zona agrária de Grândola, onde deverá terminar o protesto
. » (rádio Diana FM)


Parece-me é que é preciso haver normas internacionais rígidas, mas tb as políticas de cada país têm que ser vocacionadas para a defesa da tal justiça.

Entretanto, continuando nas minhas pesquisas, deixo aqui mais um link, para quem estiver interessado em conhecer melhor este assunto. Não pretendo influenciar ninguém, apenas sugerir que reflictam sobre os prós e contras.

O Comércio Justo continua a ser-nos apresentado como uma forma de contribuirmos para que os produtores de países mais pobres recebam uma remuneração justa pelo seu trabalho. Mas o que é facto é que não devia ser o consumidor em geral a ter que pagar um preço mais alto por um produto que não chega a ter a certeza se na realidade foi comercializado com justiça.

Enfim, o assunto é demasiado complexo.

A maior parte dos textos sobre este assunto dão-nos uma ideia muito positiva deste tipo de comércio. Ao ler este texto (um mero exemplo de entre muitos), tirado do site da Associação Cores do Globo, fica-se com a convicção de que se trata de algo válido:

«O Comércio Justo é definido pela News! [a Rede Europeia de Lojas de Comércio Justo] como:
«uma parceria entre produtores e consumidores que trabalham para ultrapassar as dificuldades enfrentadas pelos primeiros, para aumentar o seu acesso ao mercado e para promover o processo de desenvolvimento sustentado.
O Comércio Justo procura criar os meios e oportunidades para melhorar as condições de vida e de trabalho dos produtores, especialmente os pequenos produtores desfavorecidos. A sua missão é a de promover a equidade social, a protecção do ambiente e a segurança económica através do comércio e da promoção de campanhas de consciencialização
».

«A associação Cores do Globo é uma ONGD que trabalha na promoção de uma alternativa. O Comércio Justo, nascido nos corredores da ONU nos anos 60, estabelece um sistema mais equitativo, regulado e transparente de trocas comerciais, que permite hoje a milhões de pessoas nos países do Sul viver em condições dignas e ter condições efectivas de desenvolvimento.
Este movimento baseia-se na ideia de que África, a América do Sul e a Ásia não precisam de caridade. Precisam de justiça e de respeito. O comércio justo não dá o peixe. A força do movimento não resulta de quaisquer subsídios, mas sim do esforço incansável de milhares de voluntários que lutam diariamente pela causa e dos actos de milhões de pessoas que, em todo o mundo, consomem produtos do comércio justo
.»


Esta questão da caridade para mim é muito importante. Eu, quando adquiri alguns produtos, não foi com nenhuma intenção de caridade ou de dar esmola. Foi com a pura convicção que estava a contribuir para algo consistente e útil. Agora, depois de ter tido acesso a mais informações, já me parece que de facto, por um lado, nunca podemos ter a certeza de estar a contribuir com a nossa compra para uma melhoria efectiva das condições de vida desses pequenos produtores; por outro lado, estou convicta também de que a solução terá que passar por medidas que impeçam que os pequenos agricultores ou artesãos recebam uma bagatela pelo produto do seu trabalho, sem que tenha que ser o consumidor a pagar um preço mais elevado por determinado produto para suprir essa falha.

Bom, a conversa já vai longa. Deixo-vos apenas (com a devida permissão) umas palavras da Cláudia, que como alguns sabem é bastante empenhada em questões sociais. Espero que toda esta informação leve a uma reflexão consciente.

«... comércio justo é a tradução de duas coisas diferentes: fair trade e trade justice.

Fair trade é um esforço "bonzinho" mas até o momento inútil que é defendido por alguns grupos que defendem que se deve pagar um valor maior, teoricamente mais justo (o que é justo sendo muito vago) por produtos agrícolas para compensar a loucura do mercado de commodities.

trade justice, que eu defendo ativamente, é a reforma das regras do comércio internacional na esfera da Organização Mundial do Comércio de modo a conceder mais poder para os países exportadores de commodities agrícolas.

Fair trade é o esforço feito por algumas almas caridosas dos países ricos para ajudar alguns produtores dos países pobres. Fair trade é esmola, não serve e não muda nada. Eles pedem para você pagar mais porque eles dizem que assim é mais justo. Sendo o justo auditado por empresas européias e empregando mais recursos em burocracia do que em produtos.

Trade justice é um movimento pela mudança das regras injustas estabelecidas pelos países ricos (diga-se EU e EUA) para explorar cruelmente os países pobres. Brasil, India e China lideram os países em desenvolvimento nos negociações pela reforma do comércio, mais conhecida como Doha Round


Cláudia, agradeço os seus esclarecimentos.

Eu vou continuar a estudar este assunto, que me desperta bastante interesse (nota-se, não é?).

Prometo não fazer mais nenhuma postagem gigantesca. Se tiver tempo, logo trago uns Miminhos de Café, para desanuviar... :)


Olha que coisa mais linda! Pena que os blogs não tenham cheiro...


terça-feira, 14 de julho de 2009

Comércio Justo?

Quando fiz este fondant de chocolate para o Dia Castanho, comprometi-me a fazer um post sobre o Comércio Justo.


Demorou um bocadinho, até porque tenho andado com uma certa falta de alento (será falta de chocolate?) mas, como diria a Cenourita, mais vale tarde do que muito tarde... :)


Como se pode ver aqui em baixo (pode clicar na imagem para ampliar), este preparado é um produto do chamado Comércio Justo, ou Equitativo.
Este conceito, pelo menos teoricamente, é muito bom, pois a ideia é que os pequenos produtores de países sub-desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento recebam o justo valor pelos produtos que cultivam. Mas parece que a coisa não é assim tão linear e, como quase sempre, haverá já outros interesses por detrás desta suposta justiça.


Há muita informação sobre este assunto disponível na net (muita, mesmo!), e como não sou especialista no assunto, resolvi colocar aqui um texto retirado da Wikipédia, onde é definido este tipo de comércio:

«Comércio justo (Fair Trade em inglês) é um dos pilares da sustentabilidade económica e ecológica .

Trata-se de um movimento social e uma modalidade de comércio internacional que busca o estabelecimento de preços justos, bem como de padrões sociais e ambientais equilibrados, nas cadeias produtivas.




Filme animado sobre o comércio justo. Adorei a música.

A ideia de um comércio justo surgiu nos anos 1960 e ganhou corpo em 1967, quando foi criada, na Holanda, a Fair Trade Organisatie. Dois anos depois, foi inaugurada a primeira loja de comércio justo. O café foi o primeiro produto a seguir o padrão de certificação desse tipo de comércio, em 1988. A experiência se espalhou pela Europa e, no ano seguinte, foi criada a International Fair Trade Association, que reúne atualmente cerca de 300 organizações em 60 países.

O movimento dá especial atenção às exportações de países em desenvolvimento para países desenvolvidos, como artesanato e produtos agrícolas. Em poucas palavras, é o comércio onde o produtor recebe remuneração justa por seu trabalho.


Alguns países têm consumidores preocupados com a sustentabilidade e que optam por comprar produtos vendidos através do comércio justo. Esta opção ética tem permitido aos pequenos produtores de países tropicais viver de forma digna ao fazeram a opção pela agroecologia, como agricultura orgânica.

O comércio justo é definido pela News! (a rede européia de lojas de comércio justo) como "uma parceria entre produtores e consumidores que trabalham para ultrapassar as dificuldades enfrentadas pelos primeiros, para aumentar seu acesso ao mercado e para promover o processo de desenvolvimento sustentável. O comércio justo procura criar os meios e oportunidades para melhorar as condições de vida e de trabalho dos produtores, especialmente os pequenos produtores desfavorecidos. Sua missão é promover a equidade social, a protecção do ambiente e a segurança económica através do comércio e da promoção de campanhas de consciencialização».

Princípios

Todos as organizações envolvidas no circuito do Comércio Justo devem obedecer aos seguintes princípios:

Produtos de comércio justo e solidário: artesanato africano (instrumentos musicais, cerâmica e chás)
  • A preocupação e o respeito pelas pessoas e pelo ambiente, colocando as pessoas acima do comerciante;
  • A criação de meios e oportunidades para os produtores melhorarem as suas condições de vida e de trabalho, incluindo o pagamento de um preço justo (um preço que cubra os custos de um rendimento aceitável, da protecção ambiental e da segurança económica);
  • Abertura e transparência quanto à estrutura das organizações e todos os aspectos da sua actividade, e informação mútua, entre todos os intervenientes na cadeia comercial, sobre os seus produtos e métodos de comercialização;
  • Envolvimento dos produtores, voluntários e empregados nas tomadas de decisão que os afectam;
  • A protecção dos direitos humanos, nomeadamente os das mulheres, das crianças e dos povos indígenas;
  • A consciencialização para a situação das mulheres e dos homens, enquanto produtores e comerciantes, e a promoção da igualdade de oportunidades;
  • A promoção da sustentabilidade através do estabelecimento de relações comerciais estáveis de longo prazo;
  • A educação e a participação em campanhas de sensibilização;
  • A produção tão completa quanto possível dos produtos comercializados no país de origem.»
É claro que, ao lermos isto, o comércio justo nos parece praticamente perfeito e cheio de boas intenções! Mas...

Entretanto, há opiniões discordantes que põem em causa a justeza deste comércio. Encontrei o seguinte artigo no Le Monde Diplomatique (do qual coloco alguns excertos e o link), que fala precisamente dos "prós e contras" do comércio justo.

«Max Havelaar ou as ambiguidades do comércio justo»

por Christian Jacquiau

A marca Max Havelaar, líder mundial do comércio justo, procura responder a uma procura de consumo «diferente», assente na solidariedade entre consumidores do Norte e pequenos produtores do Sul. A empresa parece contudo estar a operar uma viragem «pragmática», ligando-se a grandes grupos muito distantes das suas preocupações originais. Não é certo que os produtores e os cidadãos se revejam nessa viragem.

Como contribuir para que os pequenos camponeses pobres tenham um rendimento que lhes permita assumir as suas necessidades fundamentais e estabelecer relações humanas com base em valores diferentes dos preconizados pelo «liberalismo total» planetário? Foi em 1964, na primeira Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, que a ideia «Trade Not Aid!» (Comércio, não auxílio) deu origem ao comércio justo. Até então reservada a uma clientela de iniciados, a velha ideia duma relação mais justa entre o Norte e o Sul popularizou-se junto de um público facilmente classificado como «alterconsumidor».

«Criado como comércio solidário», lembra a socióloga Virginie Diaz Pedregal, «o comércio justo foi no início muito influenciado pelo humanismo dos movimentos religiosos cristãos, bem como por uma concepção protestante da ética». De essência caritativa, mas ulteriormente influenciado por uma abordagem política mais terceiro-mundista, este comércio solidário transformou-se em acto de oposição ao sistema capitalista, tornando-se então «alternativo».

(...)

No presente estado de coisas, não há nenhum «produto certificado» nem nenhuma regulamentação que dêem garantias oficiais aos consumidores do comércio justo, que têm de se ficar pela confiança que possam depositar nos agentes do sector. Com efeito, a expressão «produto certificado» só pode ser utilizada se corresponder a uma tripla exigência: ter um caderno de encargos submetido a fiscalizações independentes, ser certificado por um organismo também ele independente e reconhecido pelos poderes públicos.

Os grandes beneficiários da presente engenharia são acima de tudo as estruturas de auditoria e os intermediários da certificação, juntamente com as transnacionais do agro-alimentar, da torrefacção e da distribuição. A estas últimas o comércio equitativo não custa nada, visto limitarem-se a pagar um pouco mais caro por uma quantidade ínfima de matérias-primas, com fama de equitativas, que de imediato sobrefacturam a consumidores em busca de equidade. Não havendo uma regulamentação que defina essas matérias-primas e codifique o seu conteúdo, a debilidade das fiscalizações que garantem o comércio equitativo presta-se também a toda a espécie de controvérsias. A Direcção-Geral da Concorrência (...) detectou a inexistência de um caderno de encargos ou até de informações relativas à origem e percurso dos produtos.»

Como já disse, não sou entendida no assunto. Quando soube da existência deste comércio, achei o objectivo bastante interessante. Na altura só lamentei que os produtos fossem mais caros do que os "tradicionais", alguns bastante mais caros.

Entretanto, fui ouvindo outras opiniões, e não há nada como tentar conhecer sempre o reverso da medalha, para podermos decidir em consciência.


Já agora, quero pedir à Cláudia, se ela passar por aqui, para dar a sua opinião de expert.

Eu sei que ela defende não o Comércio Justo, mas a «Trade Justice» (Justiça comercial?). Tentei investigar esta forma de comércio, mas não encontrei quase nada em português. É por isso que lhe peço que venha aqui a terreiro trazer alguns esclarecimentos. Pode ser, Claudinha? :)

Recomendo ainda a leitura do texto publicado no blog do Dr. Fernando Nobre, cujo trabalho e qualidades pessoais admiro imensamente. Espero viver o suficiente para lhe ver atribuído o Prémio Nobel da Paz, de que ele na minha opinião é um dos maiores merecedores, pelo trabalho imenso e importantíssimo que tem desenvolvido um pouco por todos os cantos do Mundo onde há necessidade de ajuda médica e/ou humanitária.

Também há informação interessante aqui, especialmente para os alfacinhas... :)


Em relação ao meu fondant, quanto à qualidade, achei muito bom. Agora espero sinceramente é que a minha compra tenha de algum modo contribuído para a justeza do comércio internacional. Será?


(Mas afinal isto é um post ou uma tese???)



terça-feira, 7 de julho de 2009

Lentilhas com ovos escalfados

Esta receita é dedicada a uma menina de olhos cor de canela. Por vários motivos: 1º e principal: porque gosto muito dela; 2º: porque foi ela que me "levou" a cozinhar lentilhas pela primeira vez; 3º: por causa de alguns ingredientes desta receita (no comments).

Então vamos lá:

Ingredientes:
250g de lentilhas
1 chouriço mouro
2 dentes de alho
1 cebola
3 colheres (sopa) de azeite
tomate (usei 150 ml de polpa)
3 ovos
sal q.b.

Nota: a receita pede 3 tomates + 1 colher (sopa) de polpa de tomate.
Tb pede 100g de bacon, mas não pus (colesterol oblige...)

Lavar bem as lentilhas e cozê-las em água temperada com sal, juntamente com o chouriço, entre 30 a 35 minutos.

Picar os alhos e a cebola e refogá-los no azeite.

Adicionar a polpa de tomate (ou os tomates picados, sem peles nem sementes).

Tempera-se com uma pitada de sal, acrescentam-se as lentilhas e o chouriço cortado em rodelas, e uma concha do caldo da cozedura.

Deixa-se ferver, adicionam-se os ovos e tapa-se o tacho, deixando-os escalfar.

Baixa-se o lume e deixa-se cozinhar durante dois minutos.

Pode polvilhar-se com salsa (eu esqueci-me, apesar de a ter em cima da mesa, bem à frente do nariz...)

Nesta foto pode ver-se melhor que não se trata de ervilhas, como poderá parecer à 1ª vista. Pode clicar para ampliar.

Foi a primeira vez que comi lentilhas, e gostei bastante. Claro que assim no meio dos outros ingredientes não se nota nenhum sabor muito característico, mas posso dizer que gostei mais deste prato do que das tradicionais ervilhas com ovos escalfados.

Além disso, gostei do cheiro delas, o que para mim é muito importante. Eu tenho o (mau?) hábito de cheirar as comidas todas, facto que muito irrita a minha Mãe :)

E as lentilhas cheiram bem, tanto cruas como cozidas.

Gostei!


Fonte: Noções Básicas de Cozinha, da Impala.


sexta-feira, 3 de julho de 2009

Dia Castanho




Desta vez, para o dia castanho da talentosa Mary, preparei duas receitinhas.

A primeira foram estas batatinhas no forno com molho de soja. Aqui, já prontas...


... e aqui, antes de irem para o forno.


Ingredientes:
1 kg de batatas pequenas
3 cebolas pequenas
4 dentes de alho
2 folhas de louro
3 colheres (sopa) de molho de soja
sumo de 1+1/2 limão
sal e pimenta
salsa picada


Lavam-se muito bem as batatas com casca, cortam-se ao meio e colocam-se num tabuleiro.

Adicionam-se as cebolas descascadas e cortadas em gomos, os alhos com casca (levemente esmagados) e o louro.

Tempera-se com sal, pimenta e molho de soja.

Rega-se com o sumo de limão e vai ao forno (180º), cerca de 40 minutos.

Polvilha-se com salsa picada.

Acompanhou carne assada, mas estou convencida que tb é um bom acompanhamento para um peixinho assado ou grelhado.

Dica: aconselho a que dêem uma leve fervura às batatas antes de irem ao forno. Desta vez não fiz isso, e demoraram mais um bocadinho de tempo a ficarem macias do que é habitual.


*****



MAS, COMO EU, QUASE SEMPRE...


não pude resistir!


Então, confeccionei este fondant, cujo preparado se compra já quase pronto.
Como podem ver, é um produto do chamado comércio justo, sobre o qual farei um post brevemente, já que hoje este ficaria demasiado extenso.


Basta acrescentar 3 ovos e 125 g de manteiga derretida, et voilà!


É delicioso, garanto-vos!

Como sempre, andei às turras com o meu forno, e acabei por deixar estar mais tempo do que os 12/15 minutos recomendados. Era suposto ficar mais molhadinho no interior, mas mesmo assim ficou muito bom. Palavra de gulosa!




Bom apetite, e bom Dia Castanho!

Doce de frutos amarelos

A minha mãe tem umas vizinhas porreiraças. (É o que vale, porque já eu não posso dizer o mesmo...)

Adiante...

Uma dessas vizinhas é a D. Rosa (quase toda a gente tem uma vizinha chamada Rosa, não é?), que volta e não volta vai passar umas temporadas ao Algarve, onde tem familiares.
Quando regressa, vem carregadinha de frutas maravilhosas, que distribui pela vizinhança.



Desta vez coube-me em sorte uma bela caixa de ameixas amarelas, pequeninas mas muito doces.

Como estava com medo que se começassem a estragar, porque algumas já estavam bem madurinhas, lembrei-me de fazer um doce com parte delas. Mas como sempre, o bichinho inventador começou a trabalhar, e apeteceu-me acrescentar duas nectarinas... depois um pêssego... e ainda, uma banana.
Se por mero acaso alguém estiver a pensar "que grande mixórdia!" desengane-se... :) :) porque ficou delicioso!



Os ingredientes, para além dos já referidos, foram cerca de 500g de ameixas (este peso é já sem os caroços), 350 g de açúcar (para um total de cerca de 800 g de fruta), 3 colheres (sopa) de água, um pau de canela e uma colher (de café) de canela moída.


Sabem qual é a nova da Carolina? "Delicious..." Qualquer coisa que come e lhe sabe bem é delicious! (Gostava de ver como é que ela escreve a palavra, daqui a pouco já vou fazer a experiência... eheheh)

Pois é, eu agora faço coro com ela, e também digo que este docinho ficou delicious!! :)


P.S. - (agora há sempre um PS; juro que isto não tem nada a ver com política, muito menos com o ex-ministro Manuel Pinho...) - então, cá vai o post scriptum: o doce está numa tijela, mas não quer dizer que seja para comer TODO à colherada... por acaso até é mesmo dessa forma que eu mais gosto dele (parece que a balança anda por aí a dizer que estou a caminho dos 62, não sei se é verdade...); mas o doce já foi devidamente acondicionado em 2 frasquinhos, este ficou na tijela para se ir petiscando... com umas tostinhas tb é delicious, não acham?