sexta-feira, 29 de julho de 2011

Dez anos


Eu estou pasma. Como é possível que se tenham passado DEZ anos? Onde é que estes anos se enfiaram? No túnel do tempo? Pois se ainda há uns dias fui para a maternidade com uma dorzinha que mais me parecia que me estava a "prender" a perna... só que isso afinal já foi há 3.650 dias! Como isto aconteceu, como estes anos passaram tão rapidamente, não sei. Mas a verdade é que passaram

Todos os dedos das mãos. Um número com dois algarismos.
Dez anos!





Nem vou falar de todos os momentos maravilhosos, de toda a felicidade, isso é chover no molhado. Além de que é indescritível. É toda uma vivência diária de descobertas, de aprendizagens de parte a parte, de enriquecimento da Alma.

Claro que nem tudo são rosas, todas as rosas têm os seus espinhos, mas o perfume é inebriante e inconfundível!
Obrigada, minha linda, por existires.




quinta-feira, 21 de julho de 2011

sábado, 16 de julho de 2011

BCFV - Maturidade

Mais uma fase da vida, mais uma etapa desta Blogagem Colectiva, que me tem feito ir ao fundo do baú, por vezes remexer em velhos fantasmas, mas que, sinceramente, me tem ajudado a ver certas coisas com uma maior nitidez.  Por isso quero agradecer às organizadoras, Rute, Gina e Orvalho do Céu. Tem sido uma experiência enriquecedora. Por vezes dolorosa, por fazer mexer em certas feridas, mas sempre com um balanço positivo.




«À medida que conquistamos a maturidade tornamo-nos mais jovens. Comigo passa-se isso mesmo, muito embora tal não queira dizer muito, pois mantive sempre o mesmo sentimento perante a vida desde os anos de rapaz; nunca deixei de encarar a minha vida adulta e o envelhecimento como uma espécie de comédia. »


Hermann Hesse, in 'Elogio da Velhice'




Maturidade é um conceito abstrato. Um jovem de 16 ou 17 anos pode mostrar maturidade, e um adulto pode ser imaturo até à velhice. Depende das circunstâncias, depende da personalidade, depende de factores externos ou internos, de um sem-número de situações.

Esta foi uma fase sobre a qual me custou começar a falar. Estou em plena maturidade, se fizer uma analogia com a fruta, quase posso dizer que estou a começar a ficar "tocada", ou seja, com algumas mossas, a "passar do ponto". Afinal de contas, já dizia André Gide:

'"Como é que se vê que o fruto está maduro? Quando ele cai do ramo."  


A maturidade pode ser o estado ideal (em alguns dicionários chega a ser sinónimo de perfeição), mas também precede a fase em que se começa a ficar maduro de mais...

Brincadeiras à parte, a minha pouca predisposição para falar sobre a maturidade, bem vistas as coisas, deve-se às minhas frustrações. Maturidade costuma ser sinónimo de estabilidade, segurança, equilíbrio, e a minha vida, presentemente, não tem nenhuma dessas características, muito pelo contrário. O que me rodeia é precisamente a instabilidade, a insegurança, a incerteza.
E depois lá vem a tal voz interior dizer-me (e com razão!): se tivesses feito isto ou aquilo de outra maneira, hoje a situação seria diferente.
Mas não vou carpir mais mágoas. Se por um lado tenho vontade de deitar tudo para fora, protestar, lamentar-me, por outro lado algo me impede de o fazer, fica uma sensação de estar a pôr a minha alma demasiado a nu, e também não me sinto confortável com isso.

Quando é que atingi a maturidade? Não sei. Sempre me lembro de mim muito madura, acho até que nunca fui imatura, isto no sentido de irresponsável, inconsequente. Mesmo na juventude sempre fui muito "atinadinha". Nunca fiz nenhuma grande loucura, apesar de ter feito muitas pequenas loucuras, muitos disparates. Isto no tal sentido de coisas que deveria ter feito de outra maneira, sempre esse fantasma que me persegue. Admiro (e admiro-me com) as pessoas que dizem não se arrepender de nada que tenham feito na vida. Eu arrependo-me de tanta, mas tanta coisa! E não acho que isso seja totalmente negativo. Quer dizer, há um limite, é preciso ficar num equilíbrio. Por um lado, se nos arrependemos é porque reconhecemos o erro, e supostamente vamos aprender com ele (às vezes não...). Por outro lado, também sei que não é bom para ninguém ficar escravo desse sentimento, e passar a vida a lamentar-se do que se poderia ou deveria ter feito e não se fez, ou se fez da maneira errada. Enfim, como em tudo é preciso chegar ao equilíbrio, e neste momento da minha vida sinto-me mais desequilibrada, talvez por isso mesmo até esteja com dificuldade em expressar o que sinto, acho que isto está a sair um tanto ou quanto confuso... tal e qual como está a minha mioleira...

A minha maturidade, neste momento, está a ser um osso duro de roer. Vou ali fazer um retiro, resolver trezentos e cinquenta problemas, e já volto... talvez mais madura.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Um ano e um dia OU um dilema existencial

Há 16 dias que estava para fazer um esclarecimento, e só hoje houve oportunidade. Como tal, lembrei-me de um "ditado" que sempre ouvi aos meus pais: «uma resposta tem um ano e um dia». Não sei qual a proveniência do dito, mas cheira-me que seja do Alentejo (de onde o meu pai é originário), já que um ano e um dia para dar uma resposta é coisa que implica muita calma... um ritmo assim meio lento...
Mas o que se quer dizer é que nem sempre a resposta ocorre na hora; por vezes, depois de pensarmos sobre o assunto  é que nos ocorre a resposta acertada. 

Não é o caso desta situação. Na altura pensei logo em prestar o esclarecimento, mas depois varreu-se-me. Mas, como ainda estou dentro do prazo, cá vai: 
No dia 15 de Junho, aquando da blogagem colectiva fases da vida, escrevi este texto.
Houve algumas pessoas amigas que ficaram preocupadas com o meu desconsolo por já não ter 20 anos.  :)
Não é que não tenha algum... mas as palavras do início da minha postagem deveram-se a ter-me lembrado do refrão desta canção:





Mas afinal a história não acaba aqui. Na minha memória estava esta canção assim de uma forma um bocado desfocada, lembrava-me do refrão, lembrava-me de "quem me dera... ter outra vez desenganos... para te amar outra vez". E não era por aí, por questões amorosas, que eu queria voltar aos 20 anos. :))

Entretanto, hoje fui procurar o vídeo, e sinceramente foi um momento tão forte ouvir a Cidália Moreira a cantar, que dei por mim em lágrimas. Emocionei-me demais ao ouvir esta mulher fabulosa, há muitos anos que não a ouvia, e já quase não me lembrava como adoro a sua voz, a força das suas interpretações. Foi um momento arrepiante, neste momento considero que encontrei uma verdadeira pérola ao achar este vídeo. 
Isto tudo para dizer que uma ida ao youtube na maior descontracção, tornou-se num momento muito forte. Já ganhei o dia. Mas, fogo, pá, o problema é que agora é que fiquei mesmo com vontade de ter OUTRA VEZ VINTE ANOS!