quinta-feira, 15 de março de 2012

Encantamento


BCAP - 1ª fase

Apesar das "dificuldades logísticas", venho dizer presente! a mais este desafio.


Para abordar o tema, que nesta 1ª fase será o encantamento, escolhi a história de Pedro e Inês, o romance de amor mais famoso da História de Portugal, inspirador de inúmeras obras artísticas, passando pela Literatura, Cinema, Pintura, e outras formas de arte. Enfim, são os nossos «Romeu e Julieta». E uma vez que grande parte dos(as) participantes desta colectiva são brasileiros(as), convido-vos a conhecer um pouco da riquíssima História de Portugal, muitas vezes esquecida ou subvalorizada. 

Quem são Pedro e Inês?
O Infante D. Pedro, futuro rei D. Pedro I de Portugal (O Justiceiro).
Dona Inês de Castro, nobre galega, que chegou a Portugal integrando o séquito de Dona Constança, futura esposa de D. Pedro.

Dona Constança chegou a Portugal no ano de 1339, para se casar com o Infante D. Pedro. Escusado será dizer que nunca se tinham visto, já que se tratava de um casamento combinado pelas famílias, como era habitual na época.
Ao que parece, Dona Constança enamorou-se por aquele que se tornou seu esposo a 24 de Agosto desse ano, mas... ele iria encantar-se pela bela Inês, e esta por ele.

Este encantamento viria a trazer grandes e variadas complicações, mas tornou-se sem dúvida num dos episódios mais lendários da nossa História.



«(...) por ter perdido a ocasião de desfrutar da visão daquele colo alvíssimo, daqueles serenos olhos azuis e do sorriso que, apenas esboçado, iluminava o rosto de Inês. Quanto havia rogado, antes de entrar no salão, que a jovem que havia visto de relance na liteira fosse a sua futura esposa! Como seria fácil amá-la! Mas não era ela! »

Uma perspectiva romanceada do que teria sido a primeira troca de olhares entre Pedro e Inês, num excerto do belíssimo livro Inês de Castro, de María Pilar Queralt del Hierro.



VARIAÇÃO SOBRE ROSAS

Como as rosas selvagens, que nascem
em qualquer canto, o amor também pode nascer
de onde menos esperamos. O seu campo
é infinito: alma e corpo. E, para além deles,
o mundo das sensações, onde se entra sem
bater à porta, como se esta porta estivesse sempre
aberta para quem quiser entrar.

Tu, que me ensinas o que é o
amor, colheste essas rosas selvagens: a sua
púrpura brilha no teu rosto. O seu perfume
corre-te pelo peito, derrama-se no estuário
do ventre, sobe até aos cabelos que se soltam
por entre a brisa dos murmúrios. Roubo aos teus
lábios as suas pétalas.

E se essas rosas não murcham, com
o tempo, é porque o amor as alimenta.


Nuno Júdice
Pedro, Lembrando Inês

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Espero vir a desenvolver melhor este tema em outras fases, quando fizer as pazes com o acesso à net, que neste momento está complicado. :)