quarta-feira, 25 de junho de 2008

As Faces da Maçã




A Faculdade de Psicologia (área de Psicologia Forense e da Exclusão Social) da Universidade Lusófona está a organizar um SARAU que tem como título As faces da maçã.


Este Sarau comemora o 11º aniversário da fundação da área de Psicologia Criminal e do Comportamento Desviante e o 7º aniversário da PSIJUS - Associação para a Intervenção Juspsicológica.

Participam o Centro de Artes e Psicologia e o Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes (curso de Psicologia).
O SARAU vai realizar-se no Auditório Agostinho da Silva (Univ. Lusófona), Av. do Campo Grande, 376, em Lisboa, amanhã, 26 de Junho, pelas 21 horas. Apareça!

PROGRAMA
PSIJUS – Associação para a Intervenção Juspsicológica
7 anos... E mais!
CENTRO DE ARTES E PSICOLOGIA
26.JUNHO.2008.
21.00 horas – Abertura
21.10 horas – O nosso cinema

“Quem namora quer casar”, com Ângela César, Carina Valente, Maria Louro, Paulo Sargento & Andreia Ramos
estória e realização de
Carlos Alberto Poiares
“Manel da Tola”
Com Ludgero Conde, Patrícia Marques, David Gato, Rita Girão & João Machado Santos
Música de Susana Pinto
Poema e realização de Carlos Alberto Poiares
22.00 horas – A nossa música
Susana Pinto
Músicas de Susana Pinto sobre poemas de Carlos Alberto Poiares
Asas de Sonho
Música de Carlos Soares
Poema: Brigite Micaela Henriques
(Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes -
Curso de Psicologia)
22.20 horas – O filme
Sinfonia das Marés,
com Marisa Anastácio, Ricardo Luís, Carla Costa e Liliana de Noronha
Narração de Alexandra Figueira
Um conto de Carlos Alberto Poiares
Realização de Carlos Alberto Poiares
&
Maria Louro
22.35 horas – Trilogia de
Um Tempo Quebrado + 1
Poemas de Carlos Alberto Poiares, ditos por
Vanessa Pacheco
Inês Carrolo
&
Maria Gomes Ferreira
Fotos de Sónia Reis, Alexandra Figueira & Carlos Alberto Poiares
Montagem de Sónia Reis
22.50 horas –Teatro
Gervásia e o retrato do Dr. Aníbal,
Peça em três actos de
Carlos Alberto Poiares
Personagens & Intérpretes
Palmira – Mara António
Gervásia - Inês Carrôlo
Aníbal – Ludgero Conde
Rufino – Vanessa Pacheco
Casimiro – Vanessa Pacheco
Malaquias – Tânia Correia
Adereços: Alexandra Figueira & Carina Valente
Direcção de Actores: Alexandra Figueira, Maria Louro & Carlos Alberto Poiares
Música e Encenação: Carlos Alberto Poiares
24.00 horas – Encerramento com
CARLOS ALBERTO MONIZ
Tudo isto foi possível com
a área de Psicologia Forense e da Exclusão Social
11 Anos... E mais!

terça-feira, 24 de junho de 2008

Tou feliz!


Hoje já estou mais feliz! Não, ainda não tenho net em casa, mas estou feliz por um motivo bem melhor: a minha filha passou para o 2º ano com a avaliação final de MUITO BOM! Estou feliz, feliz, feliz! E muito babada, e muito orgulhosa, e tudo de bom que se possa imaginar!

Tive hoje reunião com o professor, e era só ver a baba a cair-me, tive que pôr um babete!

Parabéns, Carol!
Até merecias ir passar férias para a ilha que desenhaste, mas só se entretanto tiver uma inspiração que me faça acertar nos números mágicos do euromilhões...
Até já.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Tou triste!


Estou sem Net em casa! Buááááááá!!! Que calamidade!


E hoje não tive tempo para mais, além deste desabafo.


Até breve.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Fait-divers

Os jornais gratuitos foram uma grande e democrática invenção! Especialmente nos tempos que correm, em que não sobram muitos trocos para os comprar...

Quase todos os dias leio um deles, mais frequentemente o metro, e às vezes também o Destak ou o Meia Hora.

Hoje não foi excepção, e destaco umas notícias (do metro) que têm tanto de interessante como de insólito.

1. "Cheiro do café dá energia"

Mas que notícia maravilhosa... Se isto for mesmo verdade, isso é que vai ser ver-me à porta dos cafés a snifar... Já que não posso beber mais do que um por dia, pelo menos contento-me com o cheiro, e ainda fico com mais energia (coisa de que ando bastante precisada, aliás...).

A notícia começa assim: "Cheirar café pode ter o mesmo efeito do que bebê-lo." Bem, acho que os cientistas japoneses a quem se deve esta fantástica descoberta estarão porventura a exagerar um bocadinho, mas enfim... segundo eles, os ratitos que eles puseram a cheirar "bicas" estiveram 24 horas sem pregar olho. Pobrezitos! Mas daí a acontecer o mesmo ao ser humano é capaz de ir uma certa distância... E para finalizar a notícia em grande, imagine-se que os nipónicos já estão a pensar em impregnar o ar de fábricas com aroma de café, dizem eles que é para aumentar a segurança no trabalho... É, é!! É mas é para o pessoal produzir mais! Por acaso cá em Portugal também se deveria pulverizar o ar de alguns locais de trabalho com a tal substância, quem sabe se não será a solução para o país avançar...



2. "Cuidado com os chinelos"

Ora bolas, então o chinelinho de enfiar no dedo, tão confortável, tão prático, e agora tão na moda, pode provocar dores nos pés e nos tornozelos? Mais uma vez, uns cientistas, desta vez americanos, depois de verificarem que alguns estudantes se queixavam de dores persistentes nos pés e nos tornozelos após as férias, fizeram um estudo que concluiu que afinal os simpáticos chinelos podem ser perniciosos... Cá pra mim, aquilo eram dores psicossomáticas, provocadas pelas saudades das... férias, do sol, do calor, etc. Só pode.

Last but not least: 3. "Mulheres bem casadas dormem melhor"

"Ter um casamento feliz é sinónimo de boas noites de sono, mas apenas para as mulheres".
Ou seja, para os homens tanto faz, esses dormem de qualquer maneira, sejam felizes ou não, é só deitarem-se e pronto...
Então é assim: foi feito um estudo a 1938 mulheres casadas, e ficou "provado" que um bom casamento estava sempre relacionado com noites mais descansadas. Pergunta a jornalista: "Será por culpa do casamento que as mulheres dormem mal ou será por não dormirem bem que o casamento tem problemas?"
Pobres mulheres, então dormem mal (se calhar por terem o marido a roncar ao lado...) e, ainda por cima, por não dormirem, são responsáveis pelos problemas do casamento???
Bem, eu não serei a pessoa indicada para responder a esta delicada questão. Sofro de insónias há cerca de vinte anos, e quando elas começaram não eram certamente devidas a nada que se relacionasse com casamentos.
Mas se dormir bem for exclusivo de mulheres bem casadas, então, só posso dizer às minhas insónias: olhem, queridas, puxem de uma poltrona e instalem-se confortavelmente, porque vão continuar por aqui por muito tempo...

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Pedagogia

Para crianças e sobretudo para alguns adultos.

Pedagogia

Brinca enquanto souberes!
Tudo o que é bom e belo
Se desaprende...
A vida compra e vende
A perdição.
Alheado e feliz,
Brinca no mundo da imaginação,
Que nenhum outro mundo contradiz!

Brinca instintivamente
Como um bicho!
Fura os olhos do tempo,
E à volta do seu pasmo alvar
De cabra-cega tonta,
A saltar e a correr,
Desafronta
O adulto que hás-de ser!

Miguel Torga, Diário IX

Controla-te!




... tens que aprender a controlar-te!




Alguém me disse isto ontem. E com alguma razão, diga-se. Acontece que quem mo disse foi a minha filha de 6 anos!!!!! Olha a pirralha... Mas isto admite-se?


Mas, aqui que ninguém nos ouve, tenho que reconhecer que ela até tinha razão: é que eu estava MUITO zangada com...... o microondas!!!!! E vai daí brindei-o com uns piropos um bocado desagradáveis...


Só gostava de saber onde é que ela aprendeu isto! Sim senhores, toma lá que é para não te voltares a zangar com os electrodomésticos.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Portugal

10 de Junho - Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

Apesar da minha desilusão com este Portugal em que vivemos actualmente, quero aproveitar este dia para homenagear dois grandes poetas portugueses.

Aquele que é considerado por muitos o maior, e que, justamente, tem o seu nome associado ao de Portugal - Luís de Camões -, que como ninguém soube engrandecer este povo, através de "Os Lusíadas" - obra tão grandiosa que me abstenho de tentar encontrar mais adjectivos. A obra fala por si. É pena que tão poucos portugueses a tenham lido...

Canto Primeiro
1
As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana
E em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
2 (...)
3
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
(...)

E, como não podia deixar de ser, Fernando Pessoa e a Mensagem

Brasão
O dos Castelos

A Europa jaz, posta nos cotovelos:
De Oriente a Ocidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabelos
Olhos gregos lembrando.

O cotovelo esquerdo é recuado;
O direito é em ângulo disposto.
Aquele diz Itália onde é pousado;
Este diz Inglaterra onde, afastado,
A mão sustenta, em que se apoia o rosto.

Fita, com olhar esfíngico e fatal,
O Ocidente, futuro do passado.

O rosto com que fita é Portugal.

Mar Português
O Infante

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!

O Encoberto
Nevoeiro

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço de terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a hora!

Quanta actualidade, 74 anos depois...

Para finalizar, quero mandar um abraço aos meus familiares espalhados pelo mundo, mais concretamente no Luxemburgo, na Holanda e no Brasil.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Um dia de Domingo (com peixe na brasa)

Ontem foi dia de churrasco no Restaurante da Hortense.




Cá está a mãozita dela a pôr o peixinho a assar.



















A lutar com o fumo e com as douradas, que estavam a querer "agarrar". E lá atrás o Rafael ia "pelando" os pimentos...












E agarraram mesmo... mas nem por isso deixaram de ficar muito boas!






O acompanhamento...



E os choquinhos também não podiam faltar.



E o salmão? Que delícia!



Para sobremesa, a bela da Sericaia. Quem é que se terá sentado em cima dela?




Para desmoer esta comilança, e aproveitar o sol, que finalmente chegou, um passeiozinho até à beira-mar.


As manas e a filhota. (Aquele pessoal ali à esquerda é de outro departamento...)


Que gira que está a mana!



Nunca pensei usar uma camisola da Hello Kitty com esta idade, mas enfim... ideia da avó, para a filha e a neta andarem de igual!

Para finalizar, o Sr. Beto, junto ao seu elemento natural (aquela substância azul lá atrás...)

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Metáforas

Como nos comentários ao último post veio à baila "O Carteiro de Pablo Neruda", não resisti a trazer aqui um excerto do livro, com uma conversa entre Pablo Neruda e o Carteiro, sobre... metáforas, claro!



« -Bem, quando tu dizes que o céu está a chorar, o que é que queres dizer?

- Que fácil! Que está a chover, pois.

-Bem, isso é uma metáfora. [...]

-(... ) como eu gostava de ser poeta!

-Homem! No Chile todos são poetas. É mais original que continues a ser carteiro. [...]

-É que se fosse poeta poderia dizer o que quero.

-E o que é que queres dizer?

-Bem, esse é justamente o problema. Como não sou poeta, não sei dizê-lo. [...]

-Voltei a abrir, porque pensei que continuavas aqui.

-É que fiquei a pensar. [...]

-E para pensar ficas sentado? Se queres ser poeta, começa por pensar caminhando. [...] Agora vais até à calheta pela praia, e enquanto observas o movimento do mar vais fazendo metáforas.

-Dê-me um exemplo.

-Olha este poema: «Aqui na Ilha, o mar, e quanto mar. Sai de si mesmo, a cada instante. Diz que sim, que não, que não. Diz que sim, em azul, em espuma, em galope. Diz que não, que não. Não pode estar quieto. Chamo-me mar, repete pegando numa pedra sem conseguir convencê-la. Então com sete línguas verdes, de sete tigres verdes, de sete cães verdes, de sete mares verdes, percorre-a, beijando-a, humedece-a e bate no peito repetindo o seu nome.» - Fez uma pausa satisfeito. O que achas?

-Estranho.

-«Estranho». Que crítico severo és tu! [...]

-Como se pode explicar? Enquanto dizia o poema as palavras iam de cá para lá...

-Como o mar, claro! [...] Isso é o ritmo.

-E eu senti-me estranho, porque com tanto movimento enjoei.

-Enjoaste?

-Claro! Eu ia como um barco balançando nas suas palavras. [...]

-«Como um barco balançando nas minhas palavras.» [...] Sabes o que fizeste, Mario?

-O que foi?

-Uma metáfora. »

(Antonio Skármeta)



Este Carteiro é uma personagem deslumbrante, um misto de ingenuidade, de doçura, enfim, simplesmente encantador. O Pablo Neruda também está óptimo, bem como todo o filme.
Mais um para a galeria dos imperdíveis.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Pontes de Madison County


"«Na próxima curva vire à direita», disse ela. Isto deu-lhe uma desculpa para observar o perfil de Robert Kincaid. A pele macia e queimada brilhava com a transpiração. Os seus lábios eram bonitos; por alguma razão Francesca notara-o imediatamente. E o nariz era como o dos Índios que tinha visto numas férias que passara com a família no Oeste, quando os filhos eram pequenos.

Robert não era pequeno, no sentido convencional. Nem era feio. Eram palavras que não se lhe aplicavam. Mas havia algo nele. Algo muito antigo, algo ligeiramente gasto pelos anos, não na sua aparência, mas nos seus olhos.

No punho esquerdo tinha um relógio de aspecto complicado, com uma correia de couro castanho manchada pelo suor. No direito tinha uma pulseira de prata com arabescos. "Estava a precisar de uma boa limpeza com polidor de pratas", pensou Francesca, e depois recriminou-se por ter caído na trivialidade da vida de aldeia, contra a qual se revoltava em silêncio desde há muitos anos.

Robert Kincaid retirou um maço de Camel do bolso da camisa e ofereceu-lhe um. Ela aceitou e, pela segunda vez em cinco minutos, surpreendeu-se a si mesma. "Que estou eu a fazer?", pensou.
(...)
Francesca Johnson, mulher de fazendeiro, confortavelmente sentada no assento poeirento da carrinha, a fumar um cigarro, apontou: «É ali, depois daquela curva.»


A velha ponte encarnada, descascada, ligeiramente inclinada pelos anos, atravessava um riacho.
Nessa altura Robert Kincaid sorriu. Olhou rapidamente para ela e disse: «Óptimo. Uma fotografia do pôr-do-sol.»

(...)
Não havia barulho. Um melro de asas encarnadas pousado no arame de uma cerca olhou para ela. Uma cotovia gritou da pastagem, junto à estrada. Nada mais se movia sob o brilho ofuscante do sol de Agosto."


São excertos de um dos livros que mais adorei até hoje: As Pontes de Madison County, de Robert James Waller. Também amei o filme, com a maravilhosa Meryl Streep e com Clint Eastwood, que também não lhe fica atrás...
Muitas vezes, depois de ter lido um livro que depois é adaptado ao cinema, fico desiludida com o filme, que na maior parte das vezes fica muito aquém da qualidade do livro. Mas, neste caso, adorei também o filme, muito por força dos excelentes actores, mas também pela bela fotografia, aliás elemento essencial nas duas obras.
A não perder, quer um, quer outro.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

... agrura e doçura


Um dos meus poetas preferidos. Simplesmente, amo-o.


Perspectiva

Miguel Torga, 1962



Olho a sebe de versos que plantei
Ao longo do caminho dos meus dias:
Tristezas e alegrias
Enlaçadas;
Como irmãs vegetais.
Silvas e alecrim...
O pior e o melhor que havia em mim,
Num abraço de arbustos fraternais.


Nada quero mudar dessa harmonia
De agruras e doçuras misturadas.
Pasmo é de ver a estranha maravilha.
Poeta que partilha
O coração magoado
Por presentes e opostas emoções,
Contemplo, deslumbrado,
O renque de vivências do passado,
Longo poema sem contradições.




Sentimento ou pensamento?




Para todos os amantes deste que é um dos maiores poetas do mundo.
Especialmente para a Sofia.




Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.


Fernando Pessoa, 1933