sexta-feira, 27 de abril de 2012

Continuando o que estava começado...


As postagens têm sido poucas, mas em compensação as leituras têm sido muitas, principalmente de livros relacionados com a História de Portugal.
A participação na Blogagem Coletiva e a decisão de enveredar por temas da nossa História fizeram com que me embrenhasse totalmente nessa temática, que para mim tem sido viciante. Está tudo interligado, de uns acontecimentos passa-se para outros relacionados, e como o nosso passado enquanto Povo é tão rico, não me têm faltado bons livros para recordar e principalmente aprender muito sobre a História Lusa.

Na minha primeira participação na BCAP escolhi o romance de D, Pedro e D. Inês de Castro. No entanto, a continuação e conclusão da história ficou por revelar. E se bem que muitos a conheçam, achei melhor revelar aqui o desfecho, para fechar esse ciclo. Porque vem aí a Esperança, e o rumo vai ser outro.

Então, os acontecimentos desenrolaram-se assim:

D. Pedro casou com D. Constança, como estava previsto e combinado. Porém, em simultâneo com a chegada de Constança deu-se também a chegada de Inês, uma das suas damas de companhia. E, ao que parece, a atração de Pedro por ela foi quase imediata. É claro que o casamento continuou: o casamento era uma coisa, o amor era outra. Vieram os filhos do casal, e vieram também os rumores do relacionamento ilícito.
Inês de Castro era vista como uma ameaça à paz do reino, muito por culpa dos seus dois irmãos, que supostamente conspiravam e a influenciavam a aspirar a tornar-se esposa de D. Pedro.
O rei D. Afonso IV, pai de Pedro, tudo fez para os afastar. A dada altura, enviou-a para a Galiza, para que fosse viver junto de uma tia. E por lá ficou uns tempos, durante os quais os rumores foram abafados. Longe da vista, longe do coração, pensaria o rei, para sossegar o espírito.
Acontece que, por essa altura, a desafortunada D. Constança morre, vítima de complicações após um parto, o que era comum na época. Quase todas aquelas mulheres tinham como única missão na vida  parir filhos atrás uns dos outros, de preferência varões, para assegurar a sucessão, e algumas delas, com 27 ou 28 anos, já tinham dado ao reino uma dúzia de filhos, metade dos quais acabava por morrer antes de completar um ano de vida, morrendo as mães de pura exaustão.
Bom, mas isto foi um aparte.
Tentando abreviar, uns tempos depois da morte de Constança, Inês regressa a Portugal. Como seria de esperar, o relacionamento é retomado, e acabam por nascer quatro filhos, tendo um deles (Afonso) morrido muito cedo. Sobreviveram João, Dinis e Beatriz.
D. Afonso IV tentou que o filho voltasse a casar, não com Inês, naturalmente, mas sim com uma esposa que "estivesse à sua altura". D. Pedro sempre se recusou, agora que tinha recuperado o seu amor, não queria ouvir falar de mais nenhum matrimónio.
A situação vai-se arrastando, até que D. Afonso IV, farto de não ver o filho cumprir os seus desígnios, decide tomar medidas drásticas. Após conferenciar com os seus conselheiros de confiança, que concordavam com o rei acerca dos perigos que aquela união representava (principalmente agora com a presença de filhos que poderiam vir um dia a aspirar ao trono), decide pôr nas mãos desses homens  a resolução do problema.
E o problema foi resolvido com a morte de Inês, às mãos dos próprios conselheiros, aproveitando uma ausência de D. Pedro numa das suas habituais caçadas.

Naturalmente, D. Pedro reagiu muitíssimo mal a este desfecho, e logo jurou vingança, tendo entrado em violentos conflitos com o seu pai.
Logo que se achou Rei, D. Pedro legitimou os filhos, alegando que se tinha casado em segredo com D. Inês.
De seguida, ordenou a perseguição aos carrascos da sua amada. Não se sabe se será lenda ou não, mas consta que terá mandado arrancar o coração a dois deles, diante de si. O terceiro, que tinha fugido para França, acabou por ser perdoado.

Mais tarde, ordenou a construção de dois túmulos, um para Inês e outro para si próprio, no Mosteiro de Alcobaça, onde podem ainda ser vistos.
No túmulo de D. Inês, podemos vê-la coroada. Dizem alguns que essa coroação terá chegado a acontecer já depois da sua morte, dizendo-se até dela que é «aquela que depois de morta foi Rainha».


Túmulo de Inês de Castro
«Inês de Castro está representada com a expressão tranquila, rodeada por anjos e coroada de rainha. A mão direita toca na ponta do colar que lhe cai do peito e a mão esquerda, enluvada, segura a outra luva.
Os temas representados no túmulo são: nos frontais, a Infância de Cristo e a Paixão de Cristo e, nos faciais, o Calvário e o Juízo Final.
Neste túmulo salienta-se um dos faciais, que representa o Juízo Final. Pensa-se que D. Pedro, com a representação desta cena dramática da religião cristã, quis mostrar a todos (inclusive a seu pai e aos assassinos) que ele e Inês tinham um lugar no Paraíso e que quem os fizera sofrer tanto podia ter a certeza que iria entrar pela bocarra de Levitão representada no canto inferior direito do facial. Podemos observar também a figura de Cristo entronizado, e a Virgem e os Apóstolos que à sua direita rezam. Em baixo estão representados os mortos que se levantam das suas sepulturas para serem julgados.»
Fonte: Wikipédia
 
 
Bom, e como esta postagem já vai longa, fica a referência ao túmulo de D. Pedro I para outra ocasião, já que o mesmo também tem muito que se lhe diga.

3 comentários:

chica disse...

Lindo ver como te interessas pela história, tão linda e cheia de detalhes. Bom te ler! beijos, ótimo fds!chica

Ivani disse...

A historia de Portugal é rica e bonita. Lembro-me de meu sogro (português0 contando para mim e depois para os netos tudo o que se lembrava dos tempos de escola.
Essa matéria, a meu ver , é a preferida dos portugueses.
E com toda razão, afinal, uma historia dessas é de dar orgulho a um povo.
Voce conta muito bem, e a foto é maravilhosa. Nunca tinha visto túmulo de Inês, magnífico!
Estou aguardando a continuação, com o túmulo de D. Pedro ilustrando.
Triste, mas real e temos que contar, não é mesmo?
Beijos Claudia, parabéns pelos estudos.

Lúcia Soares disse...

Cláudia, confesso que à primeira vista não tenho simpatia por D. Inês de Castro, por preconceito, pois as amantes sempre são as megeras das histórias, não é?
Sinto muito por D. Constança, mas realmente o amor de Pedro e Inês era imortal e cabia ao rei permitir um final feliz a eles.
Uma triste história de amor, agora entendo.
E as duas têm minha simpatia agora.
Gostei de saber da história de Inês de Castro. Como devem ter sofrido, os treês personagens! E como a história, os reinos, os poderes, os interesses matam, afinal, 3 vidas entrelaçadas!
Beijo!
Obrigada por me dividir a história de Portugal conosco.