«Alcácer do Sal: Produtores de arroz em protesto contra preços impostos
15-jul-2009
Cerca de uma centena de agricultores iniciaram cerca das 10:00 de hoje, junto à zona agrícola de Alcácer do Sal, uma marcha lenta em protesto contra os preços impostos aos produtores de arroz e a nova lei do arrendamento rural. A Confederação Nacional de Agricultura estima que o preço do arroz no produtor deverá sofrer este ano uma quebra de 30 por cento em relação ao ano passado, disse à agência Lusa o dirigente João Dinis. Este dirigente da CNA explicou que "os preços impostos pelas grandes superfícies comerciais estão a asfixiar os produtores, ao mesmo tempo que o mercado português está a ser invadido por arroz importado". Os agricultores iniciaram a concentração às 09:00 e cerca de uma hora depois teve início a marcha lenta de 20 quilómetros de uma caravana de tractores e outros veículos agrícolas em direcção à zona agrária de Grândola, onde deverá terminar o protesto. » (rádio Diana FM)
«uma parceria entre produtores e consumidores que trabalham para ultrapassar as dificuldades enfrentadas pelos primeiros, para aumentar o seu acesso ao mercado e para promover o processo de desenvolvimento sustentado.
O Comércio Justo procura criar os meios e oportunidades para melhorar as condições de vida e de trabalho dos produtores, especialmente os pequenos produtores desfavorecidos. A sua missão é a de promover a equidade social, a protecção do ambiente e a segurança económica através do comércio e da promoção de campanhas de consciencialização».
Este movimento baseia-se na ideia de que África, a América do Sul e a Ásia não precisam de caridade. Precisam de justiça e de respeito. O comércio justo não dá o peixe. A força do movimento não resulta de quaisquer subsídios, mas sim do esforço incansável de milhares de voluntários que lutam diariamente pela causa e dos actos de milhões de pessoas que, em todo o mundo, consomem produtos do comércio justo.»
«... comércio justo é a tradução de duas coisas diferentes: fair trade e trade justice.
Fair trade é um esforço "bonzinho" mas até o momento inútil que é defendido por alguns grupos que defendem que se deve pagar um valor maior, teoricamente mais justo (o que é justo sendo muito vago) por produtos agrícolas para compensar a loucura do mercado de commodities.
Já trade justice, que eu defendo ativamente, é a reforma das regras do comércio internacional na esfera da Organização Mundial do Comércio de modo a conceder mais poder para os países exportadores de commodities agrícolas.
Fair trade é o esforço feito por algumas almas caridosas dos países ricos para ajudar alguns produtores dos países pobres. Fair trade é esmola, não serve e não muda nada. Eles pedem para você pagar mais porque eles dizem que assim é mais justo. Sendo o justo auditado por empresas européias e empregando mais recursos em burocracia do que em produtos.
Já Trade justice é um movimento pela mudança das regras injustas estabelecidas pelos países ricos (diga-se EU e EUA) para explorar cruelmente os países pobres. Brasil, India e China lideram os países em desenvolvimento nos negociações pela reforma do comércio, mais conhecida como Doha Round.»
Cláudia, agradeço os seus esclarecimentos.
Eu vou continuar a estudar este assunto, que me desperta bastante interesse (nota-se, não é?).
Prometo não fazer mais nenhuma postagem gigantesca. Se tiver tempo, logo trago uns Miminhos de Café, para desanuviar... :)
Olha que coisa mais linda! Pena que os blogs não tenham cheiro...
2 comentários:
Cláudia,
Esse é um tema importantíssimo, e que gera muita polêmica.
Com certeza, o ideal é a mudança de regras do comércio internacional, e muita pressão deve ser feita para que seja obtido um bom resultado.
Mas enquanto isso não chega, acho que podemos tentar alguma coisa no plano do comércio justo.
"Mutatis mutandi" é mais ou menos como a questão da fome. Não adianta dar um prato de comida, mas enquanto não se resolve a questão, deve-se tentar evitar que pessoas ao nosso lado passem fome.
E´uma questão muito difícil.
Beijos.
Claudia,
Ótimo texto. Você passou muito bem a complexidade do assunto.
Concordo com a Heloísa, enquanto não se consegue a situação ideal vai-se comendo pelas beiradas. Ou seja, com o fair trade tenta-se compensar as injustas regras do comércio internacional.
O problema é que num mundo em crise financeira não dá para contar que os consumidores vão aceitar pagar mais para ajudar uns poucos produtores, algo que não resolve a vida de ninguém. O tal comercio justo (fair trade) é muito vulnerável...
Espero os miminhos....
Beijos,
Claudia
Enviar um comentário