Quem me conhece, ou quem leu o meu perfil, sabe que sou professora. Porém, nos últimos dez anos, só o fui em teoria. Sete desses anos foi por opção própria, mas nos últimos três foi por não obter colocação no ensino público.
Faculdade de Letras de Lisboa
A minha licenciatura é em Línguas e Literaturas Modernas (Português/Francês). Em 1996 terminei a profissionalização, através de um estágio de dois anos (um teórico e outro teórico-prático). A parte prática teve lugar na antiga Escola Secundária da Cidade Universitária, da qual guardo muito boas recordações.
Aqui está ela, ou melhor, o que ela era (
entretanto foi extinta):
Em 1998 surgiu-me uma alternativa ao ensino que me seduziu bastante, e aproveitei a oportunidade: trabalhei durante quatro anos num jornal diário, na preparação da edição on-line. Entretanto, em 2002, esse jornal dispensou bastantes funcionários e colaboradores; infelizmente, eu estava incluída nesse número (grande parte do trabalho que eu fazia foi automatizada; é a velha história das máquinas a substituírem o trabalho do ser humano, nem sempre com os melhores resultados.....).
Bom, para resumir a história, desde então para cá tenho-me dedicado a diversos trabalhos, maioritariamente traduções. Actualmente, faço parte do grande número de pessoas que trabalha em regime dos já famosos recibos verdes, embora na prática não seja trabalhadora independente, mas, infelizmente, convém a muita gente que esta situação se mantenha...
Entretanto, desde há três anos a esta parte, tenho concorrido para o ensino público, sempre sem resultados!
Passado todo este tempo, surgiu-me finalmente uma oportunidade de dar utilidade ao meu estágio, pois desde o início deste mês estou a leccionar, desta vez numa escola profissional.
Trata-se de ensino para adultos (cursos EFA - Educação e Formação de Adultos), e curiosamente esta foi uma área que sempre me seduziu, e estou a gostar bastante. Confesso que estava um pouco receosa, devido à grande interrupção que tinha feito, mas estou bastante satisfeita. É curioso que não há comparação, em termos de motivação por parte dos alunos, entre os adultos e os adolescentes. Neste caso, a motivação é bastante grande, as pessoas querem mesmo aproveitar esta oportunidade de poderem obter a escolaridade que, pelas mais diversas razões, não puderam concluir no passado.
Está a ser muito, mas mesmo muito trabalhoso, por um lado devido às discrepâncias entre os formandos, e por outro devido à carga burocrática (muuuito papel, muitos conteúdos, muita planificação, etc., etc...), mas estou a gostar bastante. Começou por ser uma agradável surpresa, que espero que resulte num trabalho bastante compensador, tanto para mim quanto para todos eles.